segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Jacy e Jonildo Cavalcanti, dois grandes nomes do rádio paraibano

As fotos de hoje são dos irmãos Jacy e Jonildo Cavalcanti. Dois grandes nomes da radiofonia paraibana. Jonildo comecei a ouvir ainda criança em Nova Cruz, no Rio Grande do Norte, quando nas primeiras horas da manhã ele 'acordava' os trabalhadores com seu programa 'Bom Dia Trabalhador'. Nesta época, final da década de 1960, existiam poucas rádios no Nordeste e, claro, todas AM. A tabajara tinha longo alcance, era ouvida em diversos municípios de estados vizinhos da Paraiba.

Jonildo Cavalcanti, 'o filho de Seu Severino', o rei do Sertão, assim ele se apresentava ao balançar o chocalho acordando os ouvintes. Era um programa com músicas regionais e marcou época no rádio paraibano. Conheci Jonildo pessoalmente quando ingressei na Tabajara em 1989. Na foto abaixo ele recebe de minhas mãos uma plaquete, homenagem da Assert - Associação dos Servidores da Rádio Tabajara. Sou um dos fundadores da entidade e fui seu presidente por dois mandatos. A homenagem se estendeu a cerca de quinze nomes da emissora no aniversário de 58 da Tabajara, no ano de 1995.

Nesta segunda foto eu entrevistava o irmão de Jonildo, Jacy Cavalcanti, compositor e produtor de programas de sucesso na Tabajara. A entrevista ocorreu em 1996 para o livro Tabajara - 65 anos - A Rádio da Paraiba. Os irmãos já são falecidos e deixaram uma grande lacuna no rádio paraibano.

Jonildo deixou um herdeiro, Jonildo Cavalcanti Filho, há alguns anos dirigente da rádio comunitária Cruz das Armas 104 FM. Ele e outros dois irmãos dirigem essa emissora prestando um bom serviço à diversas comunidades em João Pessoa.


Josélio Carneiro, com fotos de seu arquivo

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O príncipe dos auditórios Paschoal Carrilho, na Tabajara

Paschoal Carrilho, o príncipe dos auditórios, era o mais famoso comunicador do rádio paraibano. Convidava para seus programas na Tabajara grandes nomes da música brasileira. Ele começou no rádio em 1939 e faleceu em João Pessoa em 1985. Nasceu aos 24 de fevereiro, um domingo de carnaval. No dia que morreu também era domingo de carnaval.

Esta foto abaixo é dos anos 50 na Tabajara AM. Em pleno carnaval o cast da emissora vestiu a fantasia e caiu na folia.


 A foto histórica é do acervo de Zé Pequeno. Sentado, Polari Filho no papel do Rei Momo. Paschoal Carrilho era a noiva. Geraldo Lima, o noivo e Joanito Venâncio, de terno branco, o juiz realizando o 'casamento'. Época de ouro do rádio na antiga PRI-4.

Os programas lotavam o auditório


Paschoal Carrilho, em pose de galã, astro do rádio nos anos 40 e 50



As Irmãs Aciomán, com Paschoal Carrilho, quase nuas para a época



Informamos aos internautas que estamos abertos a colaborações. Se alguém tiver fotografias ou fatos interessantes sobre a Tabajara é só enviar para o e-mail:  joseliocarneiro@gmail.com.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Exclusivo: Severino Araújo e seus irmãos visitam a Rádio Tabajara

Entrevistar o maestro Severino Araújo, em 1996, aqui em João Pessoa, foi uma satisfação imensa.  A entrevista, exclusiva para meu livro, foi horas antes do show que a orquestra faria no Clube Cabo Branco. Não fui a esse baile, o de número 13.141. A segunda vez que o encontrei foi  com a Orquestra Tabajara, na Praça do Povo do Espaço Cultural, em agosto de 1999, na inauguração da Tabajara FM.

O mais recente encontro com o líder da Orquestra Tabajara ocorreu na Rádio Tabajara, em 2005. Creio que foi por ocasião do último baile que a Big Band fez na capital paraibana. Severino Araújo e seus irmãos Plínio e Jaime, conheceram a galeria dos ex-diretores da Tabajara e concederam entrevista a Geraldo Cavalcanti. Zé Pequeno, criador do Trio Jaçanã, estava presente.

Na oportunidade, autografei e entreguei ao músico, regente, compositor e arranjador, um exemplar do meu livro 'Tabajara - a Rádio da Paraíba'. Na visita à Tabajara uma equipe de cinema filmava cenas com os irmãos Araújo na emissora onde a orquestra integrou o cast de artistas por oito anos. Não sei se o documentário foi finalizado.

De camisa azul com estampa, Severino Araújo está ao lado de Zé Pequeno. Os demais são Geraldo Cavalcanti e os irmãos do maestro Plínio e Jaime.

Pernambucano de Limoeiro, Severino Araújo é cidadão paraibano, título concedido pela Assembléia Legislativa do Estado. Nasceu em 23 de abril de 1917, e completará 94 anos de idade este ano.

Apresentarei ao secretário estadual de Cultura, Chico César, uma proposta objetivando uma homenagem da Paraíba ao maestro e sua orquestra, por tudo o que esses mestres da música já fizeram pela MPB. A orquestra, criada em João Pessoa em 1933, é um instrumento que divulga muito o nome da Paraíba no Brasil e no exterior. A Big Band merece um tributo à altura de seus 78 anos de música de qualidade para o país e para boa parte do mundo. Quem sabe a produção de um DVD, gravado aqui, no sublime torrão, terra onde nasceu a orquestra.
Por Josélio Carneiro, com fotos de seu arquivo


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Memória do rádio: ex-diretores em confraternização pelos 60 anos da Tabajara, em 1997

Esta foto histórica, enviada pelo jornalista Petrônio Souto, é de 25 de Janeiro de 1997. Jornalistas ex-diretores da Rádio Tabajara se confraternizavam na passagem dos 60 anos da emissora, no Restaurante Cariri da Av. Ruy Carneiro.

Da esquerda para a direita: Carlos Roberto de Oliveira, Paulo Santos, Gilson Souto Maior, Biu Ramos, Petrônio Souto (Superintedente na época), Linduarte Noronha, Antônio Barreto Neto (já falecido) e Manuel Raposo.

Foto do arquivo de Petrônio Souto

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Veja fotos de diversos profissionais da Tabajara

Nos seus 74 anos de serviços prestados aos paraibanos, nas área de cultura, esporte e informação, a Rádio Tabajara AM tem cumprido o seu papel que a Constituição Estadual lhe confere. Em 1999 a antiga PRI-4 ganhou sua 'irmã caçula', a Tabajara FM. Música de qualidade há 11 anos.

Bem, os anos passam, as pessoas passam, apenas a emissora é, digamos, permanente. Veja agora novas fotos de outros profissionais que fazem a Tabajara AM e a Tabajara FM. Uns mais antigos, outros que chegaram à rádio este ano, no novo Governo. Talentos experientes e novos talentos somando ideias para produzir bons programas e tocar a boa música. Vamos às fotos.

A simpatia de Márcia Cabral, locutora da Tabajara FM

Airton José, o Bolinha do Big Show, um veterano da Tabajara

Berlim Carvalho, o programador musical

Fernanda Medeiros, repórter

Juarez Diniz, sertanejo de Catolé do Rocha, repórter da emissora há 25 anos


Ionah Carvalho, Mídias Sociais, ela cuida da Tabajara no Twitter e outras mídias

Jadir Carmargo, locutor do Informativo Tabajara


Sílvio Carlos, locutor da AM. É nosso Cid Moreira

Equipe na redação, Glaucia Magalhães, Marcos Thomaz e Claudete Andrade

Nara Souto, editora do Jornal Estadual

Glaucia Magalhães, produtora

Josy Aquino e Lúcia Raposo

Neilian Duarte e Marta Fernandes, secretárias da Superintendência

Kelma Garcia e Neide Ramalho, Setor Financeiro

Aline Mendes, recepcionista da Tabajara

Raimundo Pereira, Maria do Carmo e Aluísio Santos, apoio


Fotos enviadas por Ionah Carvalho, Mídias Sociais

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Gente que faz a Tabajara

Cristovam Tadeu, atual diretor operacional da Tabajara

Aqui, mais fotos de pessoas que fazem a Rádio Tabajara. Cenas do 25 de janeiro, aniversário de  74 anos da Tabajara AM.
Márcia Cabral, Claudete Andrade, Lúcia Raposo, Walquíria Andrade e Sandra Bárcia

Carlos Pereira, jornalista, engenheiro, atual diretor-superintendente do DER. Escreve Crônicas da Cidade, que são gravadas por ele próprio e levada ao ar na Tabajara. Este blog e o blog http://joseliocarneiro.blogspot.com estão postando seus textos.




sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Tabajaras do Ritmo

Carlos Pereira
                       Jornalista

    Num tempo em que brilhavam, pelo microfone da PRI-4, Rádio Tabajara da Paraíba, as vozes respeitadas e aplaudidas de Nelie de Almeida, Ruy Bezerra, Ruy de Assis e Teones Barbosa – dentre outras, o aparecimento daquele conjunto de 4 adolescentes foi um fato inusitado e surpreendente. Suas primeiras apresentações aconteceram – como sói acontecer – em programas de calouros, atração radiofônica logo depois copiada pela televisão. Se não falha a memória, coube a Gilberto Patrício (ou terá sido Pascoal Carrilho?), pela vez primeira, anunciar no palco-auditório da emissora da rua da Palmeira, Os Tabajaras do Ritmo.

Clique na foto para ampliar
 
Nascidos Nunes de Brito, todos com nome começado com W, pensava-se que ali estavam jovens vindos de família de músicos profissionais – como era comum à época. Lembre-se Pery Ribeiro (nascido de Herivelto Martins e Dalva de Oliveira), Paulinho da Viola ou Edu Lobo, todos com genética musical autêntica. Mas, o quê? O pai, oficial da Polícia Militar, não participava sequer da Banda de Música da corporação, quando muito arranhava um violãozinho, de leve.

    Walderedo, Wilmar, Waldenice e Waldenira – esses os nomes dos adolescentes que resolveram ir à luta e, dos primeiros sucessos nas calouradas, conseguiram nos anos 50 e 60 do século passado, formar um dos melhores conjuntos vocais que a Paraíba já produziu. Suas apresentações que, aos poucos, foram saindo de João Pessoa e dos limites da Paraíba, proporcionaram ao quarteto aplausos dos mais merecidos em todos os palcos por onde andaram, aqui e alhures.

    Fazia gosto ouvi-los, afinados, bem treinados na voz e no conjunto, eles mesmos se acompanhando nos instrumentos musicais que dominavam com rara eficiência. Era, por assim dizer, presença obrigatória em todos os festivais de música que, naquele tempo, aconteceram em todo o nordeste. Na Festa das Neves, na Feira da Mocidade, no Recife, em Salvador e até em palcos do Rio de Janeiro, os Tabajaras do Ritmo se constituíram num dos melhores trunfos que a música paraibana já exportou, em todos os tempos.

    Naquele tempo não havia CD e até para gravar um LP (long-playing, para que não conhece) era preciso ter patrocínio. Quando muito a Rozemblit, do Recife, dava chance a artistas regionais e os Tabajaras do Ritmo gravaram e conseguiram até vender discos – o que foi uma inominável proeza.

    Ficaram na minha memória momentos inesquecíveis de enlevo e de sensibilidade quando ouvia os Tabajaras do Ritmo com atenção, com respeito e com a certeza de que aquelas músicas, escolhidas não por acaso, eram a melhor representação do que o Brasil mostrava na sua criatividade musical sem limites, principalmente nas canções de Tom Jobim, Lupiscínio Rodrigues, Cartola, Nelson Cavaquinho, Orestes Barbosa, Herivelto Martins, Jacob do Bandolim e tantos outros – ícones da um passado musical brasileiro inolvidável.

    Hoje, depois de tanto tempo em que o conjunto foi desfeito, cada um deles seguindo seu caminho em busca de profissões mais rentáveis, alegra-me escrever esta crônica ao som de um CD, gravado de forma amadorista, de uma descendente direta do conjunto: agora, aqui, no recôndito do meu estúdio, alimenta-me a sensibilidade e acrescenta-se à minha emoção, a voz doce e terna desta bela e jovem cantora: Lívia Nunes, filha da Waldenice – autêntica herdeira musical dos Tabajaras do Ritmo.

    Com ela, certamente, a bela história do magnífico conjunto dos anos 60, continua. Se vai ter o mesmo brilho de sua mãe e dos seus tios, só o futuro vai dizer.
                               
Foto: Tabajaras do Ritmo, reprodução do livro Rádio Tabajara, de Lourdinha Luna

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Conheça parte da equipe da Rádio Tabajara

Josélio Carneiro entrevistando Ivan Bezerra, o grande comentarista esportivo da Tabajara

Eudes Moacir Toscano, o melhor narrador esportivo da Paraíba

Spencer Hartmann, o criador, produtor e apresentador de E Por Falar em Saudade...

As irmãs jornalistas Claudete e Walquíria Andrade. Claudeter repórter da Tabajara desde o início dos anos 1980. Walquíria é da Secom-PB e está na rádio há alguns anos

Rosy Gonçalves e Márcia Cabral, locutoras da FM Tabajara

Recepção da emissora


Operador de áudio, Pires, no estúdio de gravação


A Orquestra Tabajara


Por: Carlos Pereira                                                                          
           
            Dizem que um dia em Itabaiana, terra também de Sivuca, Severino Araújo juntou uns amigos que gostavam de música e ensaiou os primeiros acordes do conjunto no coreto da praça. De lá saiu para uma apresentação no auditório da Rádio Clube de Pernambuco, num tempo em que as orquestras se apresentavam ao vivo e eram muito requisitadas para todo tipo de festa – batizado, formatura, casamento, reveillon, Reis, São João e até a Festa das Neves. Naquele palco na rua do Lima ganhou os primeiros aplausos, mas não os primeiros dinheiros. Estes ele só veio a tê-los quando a PRI-4 resolveu apresentar o conjunto como a Orquestra Tabajara da Paraíba do maestro Severino Araújo, no final dos anos quarenta, se a memória não falha.
             Apresentação em 7 de agosto de 1999, na inauguração da Tabajara FM

Suas primeiras exibições foram de dar água na boca. Tinha um repertório variado que ia de “Fascinação” ao “Besa-me mucho”, passando por “Begin the beguine”, “As time goes by” e “Aquarela do Brasil”, sem esquecer o “Meu Sublime Torrão” que pintava como hino da cidade, preferido da maioria dos pessoenses.
            De início aparecia nos programas de auditório da emissora oficial, junto com Nelie Almeida, Ruy de Assis e Ruy Bezerra, antes do “debut” dos Tabajaras do Ritmo, conjunto coral dos Nunes de Brito que fez furor nos anos cinqüenta. E, em cada apresentação, a orquestra era saudada com mais entusiasmo pelos aficionados da boa música que, naquela altura do campeonato, já sabiam ser muito difícil a sua permanência na terrinha.
            E foi o que realmente aconteceu, para tristeza dos fãs daquele afinado conjunto de orquestra e coro (os músicos também cantavam). Não acabou a década de 50 e a nossa Tabajara já andava pelo Rio de Janeiro tocando no auditório da Rádio Nacional e incursionava, pioneiramente, na televisão brasileira então nos seus primeiros tempos.
            E o sucesso foi tão grande que ela demorou a voltar a João Pessoa. E, quando o fez (lembro bem) foi numa noitada de festa no antigo Cabo Branco, ali na Primeiro de Maio, em Jaguaribe, pouco tempo depois da exibição da festejada e internacional orquestra de Tommy Dorsey que excursionava pelo nordeste do Brasil. E, eu não, que não era conhecedor mais atento de música, mas os experts foram unânimes em reconhecer que Severino Araújo estava bem próximo do virtuosismo do famoso maestro americano e que a sua orquestra viria a ser uma das melhores do país.
            E foi exatamente o que veio a suceder, numa saga que misturou luta, denodo, sucesso e glória. O Severino Araújo, simples como ele só, nos anos seguintes recebeu aplausos do público e da crítica, em  recitais que marcaram época e que o transformaram num dos mais premiados maestros do Brasil.
            Agora,  ao escrever sobre a Orquestra Tabajara, pago uma dívida contraída comigo mesmo e  o faço ouvindo o último CD do sempre magnífico conjunto – o Tabajara Plays Jobim, e dele destaco a faixa 11, música de Antônio Carlos  Jobim com letra magistral do inspirado  Chico Buarque,  escrita para  nos falar dos inesquecíveis “anos dourados”.

                                                                                                                    

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Carnaval dos anos 50 na Tabajara

'Vou beijar-te agora não me leve a mal hoje é carnaval'. Esta foto é dos anos 50 na Tabajara AM. Em pleno carnaval o cast da emissora vestiu a fantasia e caiu na folia.

 A foto histórica é do acervo de Zé Pequeno. Sentado, Polari Filho no papel do Rei Momo. Paschoal Carrilho era a noiva. Geraldo Lima, o noivo e Joanito Venâncio, de terno branco, o juiz realizando o 'casamento'. Época de ouro do rádio na antiga PRI-4.

Informamos aos internautas que estamos abertos a colaborações. Se alguém tiver fotografias ou fatos interessantes sobre a Tabajara é só enviar para o e-mail:  joseliocarneiro@gmail.com.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A história da Tabajara em novo livro?

É possível que este blog me leve a escrever um outro livro sobre a Rádio Tabajara. Surgem novas ideias, novos depoimentos, e talvez mais adiante eu concretize este projeto. Há muitos personagens que não estão no meu primeiro trabalho. O livro Tabajara - A Rádio da Paraíba, publicado em 2002, ainda hoje está à venda em algumas livrarias de João Pessoa, o Sebo Cultural, por exemplo.

Mas, uma nova obra com fatos e fotos da Tabajara fica para outra fase. Agora mesmo estou empenhado em finalizar o livro 'Liceu Paraibano  Alunos e Mestres Notáveis', um antigo projeto que idealizei há dez anos. Vou buscar financiamento nos órgãos de cultura. Celso Furtado, Augusto dos Anjos, são alguns dos personagens.Além de ex-governadores da Paraíba.

Um outro projeto editorial é o livro Incentivo dos Anjos.

Banho de cuia - Eu, cronista esportivo

P.S. - Internautas, a partir de hoje nosso blog vai postar as crônicas de Carlos Pereira. Os ouvintes da Tabajara agora também vão dispor dos excelentes textos na Internet. Quem escuta o autor no rádio agora poderá ler suas crônicas neste blog ou no http://joseliocarneiro.blogspot.com. Tenham uma ótima leitura.

Banho de cuia  -  Eu, cronista esportivo

Carlos Pereira


    A primeira cobertura esportiva que fiz como aprendiz de repórter foi no começo dos anos 50,  para a Rádio Arapuan, cujo departamento de esportes era dirigido por Humberto Navarro de Mesquita, colega de turma no Liceu Paraibano. Cobri o campeonato  de futebol amador da cidade,  com    informações sobre os clubes que disputavam o certame, inclusive com estatísticas e  escalações de todos os times,  os destaques e até a  seleção da semana. Eu escrevia tudo, mas não tinha direito de falar na rádio porque entre 15 e  16 anos a minha voz mudava a cada instante, variando do fino ao grave – o que, decididamente, não me credenciava ao  uso do microfone.

    Aquela equipe, quase toda formada por estudantes do Liceu, contava ainda  Fernando Maia Lorenzo e Josias Figueiredo de Souza. Fernando Maia, botafoguense tanto quanto eu,  excelente comentarista, dividia comigo (no ano seguinte, quando eu  já tinha voz de homem) a apresentação, logo cedinho, da “Alvorada Esportiva” que às 6:40 da manhã botava os ouvintes em dia com tudo que acontecera na véspera e o que ia ocorrer naquele dia, em termos desportivos. Maia usava um termo que o caracterizou nos seus comentários: quando se referia a um jogador lépido, ousado e insinuante ele sempre o adjetivava como “peralta”. Quem o ouviu naquela época deve se recordar bem...

            Josias Figueiredo foi o melhor plantonista esportivo que conheci – depois, é claro, do legendário Ernani Hardman Norat, o insuperável. Josias, sempre entrava no fim do programa do meio-dia com as notícias nacionais e internacionais e – depois de muita busca nas emissoras do sul e do exterior – anunciava os resultados e as estatísticas dos campeonatos regionais do Brasil e de todos os certames de paises mais conhecidos, incluindo aí Portugal, Espanha, Itália, Argentina, Alemanha e outros menos votados. Certa vez, ele se deu ao luxo de dar os resultados do campeonato húngaro (o futebol da Hungria então estava em alta) e ainda leu, com absoluta correção, a escalação dos principais times que haviam atuado naquela semana.

    Quando Humberto Mesquita foi embora para São Paulo, nós ficamos a tocar o barco. Lembro que, nessa época,  a simpática emissora que só operava em AM tinha como sede o primeiro andar de um prédio na Praça Aristides Lobo, o seu dono era Orlando Vasconcelos e cabia a Otinaldo Lourenço, coadjuvado pelo irmão José Octávio de Arruda Melo dirigir a rádio, cuja audiência batia de frente com a toda-poderosa PRI-4, Rádio Tabajara da Paraíba que, aliás, me acolheu na segunda etapa da trajetória que desenvolvi como jornalista ligado aos esportes.

    A minha história de cronista esportivo inclui a passagem como colunista do“Correio da Paraíba”, onde escrevi um bom tempo  sob  o pseudônimo de  Ari Stótteles e até pela presidência da Associação dos Cronistas Esportivos da Paraíba, no ano de 1968, cargo ao qual renunciei para ir fazer um curso no Rio de Janeiro, entregando a ACEP ao então Vice-Presidente, Ivan Bezerra.

     Tento rememorar, nas décadas de 50, 60 e  70, nomes que fizeram (alguns ainda fazem) a história da imprensa esportiva da Paraíba e lembro, dentre outros, Ewaldo Wanderley, Normando Filgueiras, José Jacinto de Araújo, Ivonaldo Correia, Vandal Dionísio, Ivan Bezerra de Albuquerque (o comentarista campeão de audiência),  Geraldo Cavalcanti (o maior nome do rádio esportivo do Estado), Ivan Thomaz, Eudes Toscano, Marcus Aurélio (o locutor da “torcida paraibana”) e Marcondes Brito (O olho vivo no lance) além de Virgílio Trindade e Edileuson Franco (patoenses ilustres) e Joselito Lucena (laureado narrador campinense), Josusmá Viana, Edmilson Antônio, Luismar Rezende, Francisco de Assis (Olé) e Humberto de Campos – todos de Campina. Estes, além de Walfredo Marques, autor do único livro sobre o futebol paraibano, e outros que a memória teima em não lembrar,   estão definitivamente inscritos como dos mais importantes nomes da nossa crônica esportiva.
   

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Três repórteres do Jornal Estadual da Tabajara

Da esquerda para a direita, na segunda foto. Sérgio de Andrade, Odonildo Dantas e Josélio Carneiro, três repórteres do Jornal Estadual da Tabajara, noticiário levado ao ar de segunda a sexta-feira das 6h às 7h na AM e na FM, em rede de rádio no estado. 

Odonildo Dantas, no estúdio da Secom-PB

Os radialistas produzem notícias para a Rádio Tabajara a partir do Núcleo de Rádio da Secretaria de Comunicação Institucional do Governo, localizada no Centro Administrativo Estadual, no bairro de Jaguaribe, João Pessoa.

Sérgio de Andrade, Odonildo Dantas e Josélio Carneiro

Sérgio, Josélio e Odonildo têm cada um mais de 20 anos na Comunicação do Governo da Paraíba., sendo Josélio repórter da Tabajara.

Fotos: Walter Rafael

A Tabajara hoje tem o melhor noticiário do rádio paraibano

A nova versão do Jornal Estadual da Tabajara está muito profissional. Um bom volume de notícias de interesse da população, incluindo as ações do governo estadual, governo municipal (João Pessoa), além de informações gerais.

O noticiário está bem produzido e editado, e é seguramente uma das melhores fases em toda a sua história de 40 anos no ar, no horário das 6h às 7h. Sou repórter da emissora desde 1989 e reconheço que o formato do programa melhorou bastante. 

Digo sem medo de errar, o Jornal Estadual hoje é o mais completo noticiário do rádio paraibano, jornalisticamente falando, porque está prestando um serviço aos paraibanos ao trazer no dia-a-dia informações de interesse coletivo.

Você internauta que ainda não ouviu o Jornal Estadual, sintonize a Rádio Tabajara AM 1.110 ou a FM 105.5 e confira o que estou afirmando. São 60 minutos de muita informação, com locução de Michelle Veronese e Ulisses Barbosa.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Detalhes 105 com Roberto Carlos, na Tabajara FM aos domingos

Detalhes 105 com Roberto Carlos. É o programa que a Rádio Tabajara FM leva ao ar todos os domingos, das 7h às 8h.  A apresentação é de Jadir Camargo, radialista, compositor e cantor, um dos grandes nomes da radiofonia paraibana, há muito anos nos quadros da Tabajara.

Neste domingo o dia amanheceu mais do que romântico, um convite ao amor, a chuva e as canções de Roberto Carlos nos remetem àquela canção dele que diz 'travesseiros soltos, roupas pelo chão...'

Este blog recomenda então nas manhãs de domingo, das 7h às 8h, curtir o rei do romantismo sintonizando a Tabajara FM na frequência 105,5. Um bom começo de domingo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Zé Pequeno e Calouros na Tabajara

Na Tabajara haviam tradicionais programas de calouros e o público ia para o auditório assistir e torcer por seus cantores e cantoras anônimos e em busca da fama.

O compositor Zé Pequeno, criador do Trio Jaçanã, foi um dos ganhadores em programas musicais da Tabajara. Veja nas fotos o Zé Pequeno recebendo prêmio e calouros. Tempos bons aqueles antes da televisão.

Não alcancei esse tempo mas acredito que era uma fase de grande sucesso do rádio aqui na Paraíba e em todo o Pais. As fotos nos levam a uma viagem no túnel do tempo.  Há pessoas que defendem a volta dos programas de calouros em nova versão. Se a Tabajara resgatasse esse show seria legal.

Josélio Carneiro

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A UNIÃO NOS 118 ANOS

                          
                            Por Lourdinha Luna                                                

   Tivéssemos em 1952, um Chefe de Estado tímido, diante das dificuldades, teríamos perdido há 59 anos a Rádio Tabajara para iniciativa privada.
    Antonio Pereira Diniz, deputado federal, por seu berço nativo - Alagoa Nova -, que é mãe, também, de Pedro Gondim e Gonzaga Rodrigues, chegou exausto a João Pessoa, em face de um vôo, até então, com várias escalas. Mesmo cansado foi direto ao Palácio da Redenção, para informar ao governador o que se passava nos bastidores da administração federal.  Já estava para a publicação no DO à cessão da Rádio Tabajara ao Consórcio Diários  Associados.
       Era um fim de tarde. Os aviões com menos tempo para chegar ao Rio de Janeiro,  partiam de Recife.  O governador que nasceu e morreu pobre, não tinha dinheiro em mãos e o Tesouro estava fechado. Mas quem tem amigo “não morre sem vela”. Despachou Josmar Toscano (Oficial de Gabinete) para telefonar, da sede da própria Empresa de Telefonia, na ladeira Feliciano Coelho (Centro), em seu nome a Etelvino Lins, governador de Pernambuco solicitando adquirir para ele (José Américo) uma passagem no primeiro vôo com destino a capital república. Tomou por empréstimos alguns trocados na RADIO TABAJARA, dirigida por Antonio Lucena, pagos no seu regresso.
       Aqui cabe uma digressão: a PRI-4 socorreu o Estado em suas crises financeiras, ou quando da insurgência de um extraordinário.
        Etelvino Lins não apenas comprou o bilhete de ida e volta como foi, pessoalmente entregar ao colega de idéias afins, no aeroporto, tendo descartado o resgate, como um tributo de Pernambuco à Paraíba. “Não faça isso, porque eu posso me acostumar, disse Zeamérico...” (Anos mais tarde ouvi a repetição desse diálogo, na varanda da mansão do Cabo Branco).
         Ao chegar ao Rio de Janeiro, sem ir a sua casa, onde residiam filha e netas, foi direto ao Jornal do Comércio e sem se anunciar empurrou a porta da sala do Superintendente e de dedo em riste foi dizendo: “Olhe aqui Sêo Chatô não pense em tomar a Rádio Tabajara. Ela é propriedade dos paraibanos, se tentar vai me ter pela frente...”
       O todo poderoso Chateaubriand Bandeira de Mello, acostumado a ter tudo o que sonhava possuir cedeu, com mil desculpas, no entanto, solicitado o deputado Plínio Lemos ir ao Catete conversar com Álvaro Lins sobre a matéria, voltou com o expediente em mãos, que publicada a matéria no Diário Oficial de fevereiro de 1952, seria letra morta para a Paraíba.
       Os dois grandes amores materializados de José Américo foram A UNIÃO, “minha escola de jornalismo, ou melhor de escritor...” como você declara no inicio de sua crônica – A UNIÃO 118 ANOS.
       A derrubada do prédio onde funcionou “a primeira faculdade de jornalismo”, só o isentou da partida definitiva, porque teria outros sofrimentos a viver para sua  purificção e entrar no Paraíso pela porta da frente.
          A Rádio Tabajara foi sua outra paixão.  No sábado à noite, que antecedeu sua morte a 10 de janeiro de 1980, ainda ouviu a “Hora da Saudade”. Só não permiti acompanhar o Jornal da Manhã para perturbar sua mansa despedida...



          

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Temos dívida com a Orquestra Tabajara

A Orquestra Tabajara desde 1933, ano de sua fundação aqui em João Pessoa, tem sido instrumento de divulgação da Paraíba no Brasil e em vários países. O maestro, músico, arranjador, Severino Araújo, atuou na regência da orquestra até pouco tempo. 

Severino Araújo em foto de 1995, João Pessoa

Nascido aos 23 de abril de 1917, ele hoje está para completar 95 anos de idade. Seus irmãos estão à frente da Big Band mais famosa do Brasil. A Paraíba deve uma grande homenagem à Severino Araújo e sua Orquestra Tabajara. Quem sabe a gravação de um DVD, ao menos, e aqui em João Pessoa. Seria um tributo e tanto.

Orquestra Tabajara na Funesc, agosto de 1999, inauguraçãoTabajara FM

Fica aqui minha sugestão para que a Rádio Tabajara crie um programa semanal somente para tocar discos da orquestra Tabajara. Este seria outro grande reconhecimento nos 78 anos da orquestra.


O maestro, em 1996, aqui na capital paraibana, em entrevista exclusiva, nos falou da origem da Orquestra Tabajara, seu ingresso nela, em 1937, ano de fundação da Rádio Tabajara. Ele testemunhou a inauguração da PRI-4. Araújo falou ainda sobre sua ida para o Rio, os shows internacionais: 30 dias em Paris, em Montevideu foram 40 dias no carnaval em 1955), em Buenos Aires a temporada foi no ano de 1961. Até hoje já são mais de 16 mil e 500 shows. Um recorde mundial.

A Orquestra Tabajara teve ainda contratos com a Rádio Tupi, no Rio, com a Rádio Mayrink Veiga, Rádio Nacional e TV Rio. Severino Araújo partiu para o Rio de Janeiro em 1945, após oito anos na Rádio Tabajara.


Josélio Carneiro, com fotos de seu arquivo

Imprensa paraibana de luto: morre Itamar Cândido

Imprensa paraibana de luto. Morreu na noite desta terça-feira (8), no Hospital da Unimed, em João Pessoa,  o jornalista Itamar Cândido, vítima de pancreatite hemorrágica. Itamar foi superintendente da Rádio  Tabajara no Governo Ronaldo Cunha Lima e superintendente do jornal A União no Governo  Cássio Cunha Lima . O corpo de Itamar da Rocha Cândido está sendo velado na Central de Velórios São João Batista, na capital e o sepultamento deverá acontecer em Cuité, sua terra natal. Ele estava internado há alguns dia no Hospital da Unimed.

Nos 58 anos da Rádio Tabajara AM, em 1995 Itamar era o diretor-superintendente e participou das comemorações junto com os funcionários. Veja fotos





Antes de dirigir o jornal A União, o jornalista Itamar Cândido foi superintendente da Rádio Tabajara no Governo Ronaldo Cunha Lima (1993-1995). Como repórter da emissora testemunho que Itamar fez uma boa gestão. Também tive a oportunidade de trabalhar com ele no jornal A União, de junho de 2008 a fevereiro de 2009, no Governo Cássio Cunha Lima.

Itama Cândido tinha como marca a competência em gestão pública. Lembro que ele assumiu A União com problemas sérios nas finanças e logo devolveu a saúde financeira à editora, gráfica e jornal A União. Certa vez um caderno especial de quatro páginas prestou contas de sua administração. Naquele momento havia em caixa R$ 5 milhões e bobinas de papel suficientes para rodar o jornal por um ano. Esta era sua marca como gestor. A imprensa paraibana está de luto. Itamar Cândido também atuou na comunicação da prefeitura de Campina Grande na gestão Cássio Cunha Lima. Nos deixa prematuramente aos 57 anos.



Por Josélio Carneiro, com fotos de seu arquivo