segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Em defesa da música paraibana


     Por: Guilherme Cabral 5/1/2012
A União, caderno Palco

        As emissoras de rádio AM e FM que atuam no Estado terão de destinar 10% da grade musical de cada programa à divulgação de trabalhos e obras de músicos e compositores paraibanos. A autoria da iniciativa - Lei nº 9.650, de 29 de dezembro de 2011 – é do deputado Anísio Maia (PT), foi sancionada pelo governador Ricardo Coutinho e publicada na edição do Diário Oficial no dia seguinte (30), devendo entrar em vigor no prazo de 60 dias. A medida repercutiu favoravelmente no meio artístico. “Foi uma decisão acertada”, disse, por exemplo, a superintendente da Tabajara, Maria Eduarda (Duda) Santos. “É importante para divulgar e promover o artista”, afirmou a presidente da Associação das Emissoras de Radiodifusão da Paraíba (Asserp), Marilana Mota, enquanto para o instrumentista Sandoval Moreno “é fantástica e excelente”, prevendo maior valorização da classe do músico. Já a cantora Maria Juliana considerou “uma boa idéia”, com a perspectiva de ampliar o espaço de divulgação, inclusive dos artistas surgidos principalmente nas duas últimas décadas.
         
Ao elogiar o ato de sanção da lei, a superintendente da Rádio Tabajara, Maria Eduarda, (foto) disse que “o governador Ricardo Coutinho está pensando em valorizar a nossa cultura”. Duda lembrou que a iniciativa também vai ao encontro do papel que a emissora oficial do Governo da Paraíba vem desempenhando desde que ela assumiu o cargo, de tocar a música paraibana, destinando – inclusive – um espaço acima dos 10% na grade, dentro da proposta do slogan “O som do novo tempo”. Nesse sentido, informou que a FM 105.5 dedica entre 20% a 25% da programação para tocar música paraibana, enquanto na AM 1110 o índice chega a cerca de 20%.
        “O artista da terra tem prioridade e sempre o espaço nesta casa, que é a casa da nossa cultura. O músico da terra, caso tenha gravado em uma grande gravadora, ou não, se tiver qualidade, o trabalho será divulgado”, afirmou Maria Eduarda, referindo-se à Tabajara, salientando que a nova lei contribuirá ainda mais para a valorização da música paraibana.
        A mesma linha de raciocínio da valorização do músico paraibano também foi seguida pela presidente da Associação das Emissoras de Radiodifusão da Paraíba (Asserp), Marilana Mota. “A lei é importante porque incentiva, divulga e promove a música paraibana. A iniciativa deve ampliar a divulgação do trabalho dos novos músicos, que ainda precisam de espaço para que suas músicas sejam tocadas. Agora, é necessário que as rádios se disponham a cumprir essa medida”, declarou ela.  
        O instrumentista Sandoval Moreno também prevê que a nova lei – a qual, a propósito, inclui trabalhos e obras musicais de qualquer gênero, de músicos, cantores/as e/ou compositores nascidos/as e/ou radicados/as na Paraíba - propiciará mais valorização para o trabalho do músico paraibano. “Só atitudes como esta valorizam mais a classe do músico”, prosseguiu ele, para quem “o artista ficará mais em evidência”. Outro efeito que esse trombonista espera é o de que haja o lançamento, pelos órgãos públicos, de mais editais de fomento à música paraibana.
        Já na opinião da cantora e compositora Maria Juliana, “a iniciativa é legal e muito boa, porque deverá possibilitar a chance não apenas da divulgação dos músicos paraibanos já de renome nacional, mas de ser um espaço para que o trabalho dos artistas mais novos, principalmente os que apareceram a partir dos anos 1990 para cá, seja tocado nas rádios”. Ela acrescentou que, no momento, muitas emissoras têm divulgado mais as músicas de artistas já consagrados nacionalmente.
        “Apesar de estarem aparecendo vários cantores paraibanos por meio da Internet, You Tube e My Space, nem todos têm acesso a esses meios digitais para conhecer o trabalho que está sendo produzido no Estado. Por isso, acho que a medida é mais democrática, pois as músicas vão ser ouvidas pelo cidadão que não têm acesso aquelas ferramentas digitais”, concluiu Maria Juliana.

10 comentários:

  1. Vamos ter que ouvir Coco de roda na Mix FM?, se a tentativa é matar o rádio, parabéns, pois o controle de conteúdo tende a destruir a diversidade, as futuras gerações tem a internet como fuga do efeito manada que a Lei pode provocar, pois a cota de música paraibana já toca em larga escala via bandas de forró, o radio deve ser diversidade e não centenas de rádios iguais tocando Magníficos, as rádios não irão tocar músicas paraibanas com 500 acordes, a tendência é um playlist com bandas de Forró para seguir a lei e não perder a audiência, ou seja, mais do mesmo, mesmo.

    ResponderExcluir
  2. A lei cria dificuldades operacionais gigantes, pois obriga que cada programa tenha a cota de 10%, alguém que realmente entende a mecânica de como provocar prejuízo em rádio fez essa lei

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Devo informar o desconhecimento no trato constitucional desta matéria, pois é proibido para estados e municípios de legislar sobre telecomunicação, cabe somente ao plano federal legislar sobre telecomunicações (incluindo o trato do conteúdo )

    Caso não isso, Estados e municípios estariam criando suas próprias formas de licenciar e autuar rádios

    Já tivemos casos pitorescos de humilhação para algumas câmaras municipais, na tentativa de gerar lei sobre telecomunicações, onde esferas judiciais por pouco não mandam os vereadores a lerem a constituição em praça pública

    ResponderExcluir
  6. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  7. Para a rádio Tabajara tudo é muito simples, pois mesmo que tenha audiência zero o governo do estado sempre será o seu suporte financeiro, nem é necessário ter competência em radiodifusão para manter esta rádio estatal viva.

    Transmissões de futebol na Paraíba estão condenadas porque as emissoras "não estatais" pagam impostos que sustentam as concorrentes Tabajara FM e AM a fazer futebol e fragmentar ainda mais esta parcela do mercado compulsoriamente

    Claramente parece que a Lei é boa para Tabajara FM que está a certa distância das maiores audiências, é boa para ela porque obriga as demais emissoras a perder audiência também e assim justificar a sua existência

    O Ideal seria um estímulo fiscal as emissoras que estivessem dispostas a ampliar a participação da música paraibana, a música paraibana é muito rica e não precisa de esmola, o estímulo provocaria a produção ainda melhor da música paraibana e não a produção do "qualquer coisa" que esta lei irá provocar ( pois obriga e se é obrigado não precisa ser bom)

    O Ideal seria que o governo criasse estúdios de descobertas populares, onde aquele sem acesso ao estúdio pudesse ter algo gravado para mostrar com qualidade seu trabalho.

    O ideal seria a estruturação de festivais populares, onde certamente muita coisa boa brotaria sem esmola, onde até atração dos radiodifusores poderia se voltar também, pois se perceberia o público encantado por aquele "produto" no melhor sentido da palavra

    A rádio Tabajara tem hoje um jornalismo respeitável e bem feito, mas tudo pode mudar a cada novo ciclo de governo, mantenham a fidelidade a liberdade e se posicionem contra os ideais de imposição, os dominantes de hoje podem facilmente se tornar os dominados de amanhã, tenho apreço, não tenho o tom de aspereza que imaginam quando coloco o aqui escrito, abraço e perdão por qualquer palavra mais dolorida que precisei incluir

    ResponderExcluir
  8. Não sei como algúem pode ser contra um projeto desse, será que isso irá gerar algum prejuizo as radios em que sentido, pelo que se sabe elas cobram por propaganda, avisos e outros serviços, mais musicas! isso eu não acredito por que se michel teló fosse pagar pra tocar sua musica pelo tanto de vez que toca no dia em todo país tudo que ele ganhasse ia para as emissoras de rádios portanto nem um prejuizo isso irá causar a ninguém, por que as rádios não cobram pra tocar musicas e sim tocam mais aquelas que estão fazendo sucesso nacional isso é justo , mais não poder tocar um pouquinho dos nossos artistas assim já e covardia de mais, eu acredito que esses comentários não vem de ninguém ligado as rádios e sim de pessoas que não valoriza nossa cultura com certzza alguém sem nem um compromisso com a cultura.

    ResponderExcluir
  9. é realmente acredito q as pessoas q tem a ousadia de deixar um comentario só com criticas e sem elogios, essa pessoa tratase de um desimformado sem cultura e toleranci. tem uma grande falta de respeiro a musica popular paraibana... ta bom de volta a escola para aprender a se reeducar e dar valor a propria origem e cultura.

    ResponderExcluir
  10. parabenizo as emissoras de radio q tomarem com o iniciativa essa decisão agora estabelecida.... foi uma exelente vitoria para os musicos paraibanos, pois agora tem o direito e oportunidade de divulgação de seu trabalho.. muito bom parabens aos q dessidiram essea nova conquista... paraibanos parabens por seus novos 10%.

    ResponderExcluir