quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Maria Eduarda, de ouvinte a superintendente da Rádio Tabajara

Entrevista a Josélio Carneiro publicada na revista Tabajara 75 anos, de A União, domingo 29 de janeiro 2012
Foto: Evandro Pereira

Quando o governador Ricardo Coutinho nomeou a radialista Maria Eduarda Santos de Figueiredo para a superintendência da Rádio Tabajara, em 2011, escreveu um capítulo inédito na história da emissora do Estado. Pela primeira vez, em 74 anos, uma mulher assumia o cargo. 

Maria Eduarda, ou Duda Santos, nasceu na cidade de Araruna, Curimataú paraibano e desde menina gostava de ouvir rádio e já adolescente, aos 14 anos, começou trabalhar numa emissora AM de sua terra Natal. Depois passou por Bananeiras e em seguida veio morar em João Pessoa onde é radialista há vários anos. Neste aniversário de 75 anos da Tabajara AM Duda Santos fala de seu amor pelo rádio e da responsabilidade com que dirige a emissora pioneira do Estado e uma das mais antigas do Brasil.

A União – Quando você começou no rádio?

Maria Eduarda – Eu comecei em rádio aos 14 anos de idade em minha cidade que é Araruna, depois passei por uma emissora em bananeiras e aos 16 anos vim morar em João Pessoa. Fui a primeira locutora de uma rádio FM. Eu sou apaixonada por futebol, a exemplo de meu pai, e aqui na capital também fui repórter de pista participando de transmissão de jogos no estádio O Almeidão. 

A União – Qual sua definição do rádio AM?

Maria Eduarda - A grande escola do rádio é o rádio AM. Você aprende a improvisar, aprende a parte técnica de sonoplastia, aprende a entrevistar, tem noções de como funciona um transmissor. Aqui em João Pessoa passei 17 anos em um sistema de comunicação. 

A União - E como você encara esse desafio de assumir a Rádio Tabajara?

Maria Eduarda - Eu acho que na verdade tudo o que me aconteceu foi uma preparação para estar hoje dirigindo a Tabajara. Não pelo cargo em si mas pela responsabilidade que o cargo traz.  Jamais imaginei que um dia chegaria à superintendência desta emissora. Meu Deus, eu era criança em Araruna e ouvia rádio com meu pai... Dentro de mim existe um misto de responsabilidade com privilégio. Eu estou cuidando de um patrimônio, estou nesse tempo, responsável por um patrimônio do povo e isto nos dar uma sensação de uma responsabilidade muito maior. Esse governo tem esse zelo de cuidar da história do povo e de forma especial a Rádio Tabajara zela pela cultura paraibana. E podemos dizer que estamos abertos a sugestões. As portas e os microfones estão abertos à população em geral que queira conhecer essa história de 75 anos jornalismo, música e futebol.

A União – Quem faz rádio de verdade tem que ter paixão, não é?

Maria Eduarda – Sou uma profissional técnica, apaixonada por rádio, pelo menos a maioria que faz rádio tem paixão pelo rádio. O olho da gente brilha, está na veia. E quando assumi a Tabajara me encontrei na responsabilidade de devolver os tempos de glória a emissora, pelo menos tentar fazer a minha parte e levar outras pessoas a acreditarem nisto. A Rádio Tabajara tem uma história de muito bonita, eu acho que na vida de todos nós paraibanos.

A União – A Tabajara AM ganhará um transmissor novo para aumentar a potência de seu sinal?

Maria Eduarda – Têm muitas coisas boas para acontecer. Nós estamos com o novo transmissor para chegar que vai ser um novo marco na emissora. Junto com investimentos em equipamentos é necessário se investir no no ser humano. Então aqui temos trabalhado a alto estima dos profissionais. Estou muito feliz em trabalhar com profissionais incríveis da casa. Imagine você ter a chance na vida de trabalhar com Airton José, o Bolinha, é uma alegria muito grande trabalhar esse profissional que eu ouvia quando era criança. Um Jadir Camargo, um Spencer Hartmann! 

A União - Qual a linha editorial hoje do radiojornalismo praticado pelas Rádios Tabajara AM e FM ?

Maria Eduarda – O nosso jornalismo, a nossa linha editorial é não sermos chapa branca. Nós somos uma emissora oficial do Estado. E quem é o Estado? Sou eu, é você, somos todos nós. Então, esse Governo também tem a compreensão de cuidar disto, de ouvir, de prestar atenção à opinião do outro. E isso nos dar uma tranqüilidade muito grande, nosso secretário de Comunicação Nonato Bandeira e o próprio governador Ricardo Coutinho têm muito zelo por esta linha editorial.

A União – Qual sua leitura sobre a Tabajara AM e a Tabajara FM em reservar muito espaço à música paraibana e a música de qualidade em geral?

Maria Eduarda – Estamos tendo um zelo muito grande em divulgar a nossa cultura, a música da nossa terra, que muitas vezes fica desconhecida. Um projeto muito legal é o Paraibano Como Você, que divulga talentos paraibanos, resgatando a alto-estima. Existe uma lei estadual estabelecendo que 10% da programação das rádios AM e FM deve ser reservado à música produzida na Paraíba. Desde que nós assumimos em média 20% a 25% da programação é dedicada à música paraibana. O nosso objetivo é a Rádio Tabajara seja a porta de entrada para que as pessoas possam conhecer essa a arte. Aqui o famoso e o artista ainda anônimo tem sua música tocada em nossa programação. 



Um comentário:

  1. conheço essa cidadã e com certeza ela é capaz de chagar bem além de onde está hoje, fico feliz Maria em saber que vc está conquistando um dos milhares de sonhos que vc tem apesar de não ter contato com vc pois moro no RJ (capital), há 18 anos, tenho muitas lembranças 'boas"
    de vc quando estudamos em Tacima (Campo de Santana), vc aquela aluna esforçada de familia humilde mas de sonhos, devo visitar a PB em Março 2013 espero lhe ver
    muito sucesso de seu amigo JOSE LUIS (popular Fia) jlpf@live.com

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