Entrevista concedida a Lays Rodrigues, de A União.
A Rádio Tabajara vai lançar um novo
transmissor, que vai funcionar a uma potência de 25 quilowatts por hora. Com
essa novidade, a superintendente da empresa, Maria Eduarda Santos, espera
melhorar a qualidade e o alcance da transmissão em vários municípios da Paraíba.
Maria Eduarda, que é a primeira mulher a assumir a Tabajara em 75 anos, revela
os projetos que têm para a rádio durante a gestão. Ela afirma: “Quero devolver
ao Estado o que a Tabajara já foi um dia, em versão melhorada”.
Que novidades a rádio Tabajara trará
para os ouvintes, este ano?
Vamos lançar um novo transmissor para a
rádio AM, que vai funcionar com a potência máxima de 25 khz. Isso é algo
que os funcionários da Tabajara esperam há 50 anos. Iremos inaugurar o novo
site das duas emissoras, Tabajara 1.110 AM e 105.5 FM, e vamos melhorar a
programação da Tabajara FM. Ainda estamos pensando na data de inauguração. Além
disso, estamos adquirindo mais equipamentos para a Rádio. Queremos melhorar o
som da rádio Tabajara, dar um alcance maior para toda a programação e investir
cada vez mais em radiojornalismo feito com credibilidade.
Quais dificuldades você encontrou ao
assumir a rádio, em 2011?
Foram muitas. Nós não tínhamos
transporte para fazer matérias externas, nem equipamentos adequados para a
rádio. Nesta gestão da rádio Tabajara, aprendi a ter paciência com as coisas.
Todo dirigente sabe que depende de burocracias, como as licitações. Mas, para
mim, tem sido uma alegria muito grande ver os frutos desse trabalho que estamos
fazendo.
Qual é o maior público da Tabajara
hoje?
É um público diversificado. Na maioria
das vezes, são pessoas que buscam ouvir música de qualidade, como as de Caetano
Veloso, de Gilberto Gil ou de um artista mais novo, como a Mariana Aydar.
Estamos com uma visão bastante voltada tanto para a música nacional como para a
que é produzida na Paraíba. O nosso objetivo é valorizar os “artistas da
terra”, que muitas vezes não têm onde divulgar trabalhos.
Qualquer artista paraibano pode
divulgar trabalhos na Tabajara?
Sim, qualquer artista que tenha um bom
trabalho pode ir à Tabajara. Temos alguns ‘programetes’ como o “Paraibano como
você”, que tenta resgatar a autoestima musical da Paraíba, descobrindo personalidades.
Temos a preocupação de divulgar não só o interprete como o compositor. Além
disso, gostamos de mostrar o que está acontecendo no campo cultural. Se alguém
quer divulgar uma exposição, um show ou uma peça de teatro pode ir à rádio que
divulgamos de forma gratuita. O nosso propósito é apoiar a cultura e os
artistas paraibanos.
Que programas fazem parte da grade de
programação da rádio, atualmente?
Na Tabajara FM, temos os
programetes “Paraibano como você”, como já mencionei, e “Dar a César o que é de
César”. Estamos investindo bastante nas noites da rádio. Durante toda a semana,
temos uma programação voltada para todas as tribos. Temos programas como o
“Trilha Sonora”, o “Aumenta que é rock “, o “Música do
Mundo”, o “Transareggae” e o “Jazz”. Na AM, temos, entre outros, o “Jornal
Estadual”, o “Programa do Bolinha”, o “Programa da Josy Aquino”. Estamos com
projetos para aumentar o número de programas esportivos e jornalísticos na AM,
este ano.
E que programas de radiojornalismo a
rádio oferece?
Temos o “Jornal Estadual”, na AM e na
FM, o “Fala Governador” e o “Fala, Paraíba”, na FM.
Como é trabalhar com radiojornalismo,
sendo uma empresa estatal?
Temos o respeito pela informação. Esse
governo nós dá muita liberdade. Mas é claro que tem de haver certa coerência.
Isso não significa que só vamos divulgar o lado do governo. Divulgamos as ações
do governo, sem “maquiar” as informações, e ouvimos o “outro lado”, para passar
credibilidade para os nossos ouvintes.
A internet, assim como a televisão, tem
tomado conta cada vez mais do público. Como o rádio pode sobreviver a isso
tudo?
Eu trabalho com rádio desde os 14 anos
de idade. Então, eu sei que o rádio nunca vai perder a “magia”. As pessoas
podem ter um Ipod ou um Ipad, mas nunca vão deixar de ouvir rádio. A internet e
a televisão são as grandes aliadas do rádio. É claro que você divide o público,
mas também existem rádios na internet. É pensando dessa forma que estamos
investindo no site da emissora. Por meio dele, quem estiver do outro lado do mundo
vai poder ouvir a Tabajara, se conectando pela internet.
Qual é o desafio de ser a primeira mulher a assumir a rádio Tabajara?
É imprimir uma marca de qualidade,
resgatar a autoestima de uma emissora que já teve tanto tempo de glória. A
rádio Tabajara é motivo de orgulho para os paraibanos. Desde que eu assumi a
rádio, tenho tentado renová-la. Por ser um órgão público, tenho um zelo grande
pelos equipamentos e quero devolver ao Estado o que a Tabajara já foi um dia,
em versão melhorada.
A rádio Tabajara são
duas emissoras de rádio, a 1110 AM e a 105,5 FM,
sediadas em João Pessoa. A Tabajara AM completou, em 25 de janeiro deste ano,
75 anos nos ar. Já a FM fez 13 anos no dia 5 de agosto. A rádio é um dos órgãos
do governo da Paraíba, criado pelo governador Argemiro de Figueiredo. A
Tabajara Am é a emissora de rádio mais antiga da Paraíba e a 17° mais antiga do
Brasil. Pela rádio Tabajara AM, passaram
grandes nomes como Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Jackson do Pandeiro e Cauby
Peixoto. A Tabajara AM exibia programas de auditório na época de ouro do rádio (décadas
de 40,50 e 60) e tem um histórico nas coberturas esportivas. A emissora já
enviou correspondentes para países como Estados Unidos, México e Itália, para
fazer a cobertura de Copas do Mundo.