quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Rádio Tabajara AM vai ganhar transmissor de 25 quilowatts


Entrevista concedida a Lays Rodrigues, de A União.


A Rádio Tabajara vai lançar um novo transmissor, que vai funcionar a uma potência de 25 quilowatts por hora. Com essa novidade, a superintendente da empresa, Maria Eduarda Santos, espera melhorar a qualidade e o alcance da transmissão em vários municípios da Paraíba. Maria Eduarda, que é a primeira mulher a assumir a Tabajara em 75 anos, revela os projetos que têm para a rádio durante a gestão. Ela afirma: “Quero devolver ao Estado o que a Tabajara já foi um dia, em versão melhorada”.

Que novidades a rádio Tabajara trará para os ouvintes, este ano?

Vamos lançar um novo transmissor para a rádio AM, que vai funcionar com a potência máxima de 25 khz. Isso é algo que os funcionários da Tabajara esperam há 50 anos. Iremos inaugurar o novo site das duas emissoras, Tabajara 1.110 AM e 105.5 FM, e vamos melhorar a programação da Tabajara FM. Ainda estamos pensando na data de inauguração. Além disso, estamos adquirindo mais equipamentos para a Rádio. Queremos melhorar o som da rádio Tabajara, dar um alcance maior para toda a programação e investir cada vez mais em radiojornalismo feito com credibilidade.

Quais dificuldades você encontrou ao assumir a rádio, em 2011?

Foram muitas. Nós não tínhamos transporte para fazer matérias externas, nem equipamentos adequados para a rádio. Nesta gestão da rádio Tabajara, aprendi a ter paciência com as coisas. Todo dirigente sabe que depende de burocracias, como as licitações. Mas, para mim, tem sido uma alegria muito grande ver os frutos desse trabalho que estamos fazendo.

Qual é o maior público da Tabajara hoje?

É um público diversificado. Na maioria das vezes, são pessoas que buscam ouvir música de qualidade, como as de Caetano Veloso, de Gilberto Gil ou de um artista mais novo, como a Mariana Aydar. Estamos com uma visão bastante voltada tanto para a música nacional como para a que é produzida na Paraíba. O nosso objetivo é valorizar os “artistas da terra”, que muitas vezes não têm onde divulgar trabalhos.

Qualquer artista paraibano pode divulgar trabalhos na Tabajara?

Sim, qualquer artista que tenha um bom trabalho pode ir à Tabajara. Temos alguns ‘programetes’ como o “Paraibano como você”, que tenta resgatar a autoestima musical da Paraíba, descobrindo personalidades. Temos a preocupação de divulgar não só o interprete como o compositor. Além disso, gostamos de mostrar o que está acontecendo no campo cultural. Se alguém quer divulgar uma exposição, um show ou uma peça de teatro pode ir à rádio que divulgamos de forma gratuita. O nosso propósito é apoiar a cultura e os artistas paraibanos.

Que programas fazem parte da grade de programação da rádio, atualmente?

 Na Tabajara FM, temos os programetes “Paraibano como você”, como já mencionei, e “Dar a César o que é de César”. Estamos investindo bastante nas noites da rádio. Durante toda a semana, temos uma programação voltada para todas as tribos. Temos programas como o “Trilha Sonora”, o “Aumenta que é rock    “, o “Música do Mundo”, o “Transareggae” e o “Jazz”. Na AM, temos, entre outros, o “Jornal Estadual”, o “Programa do Bolinha”, o “Programa da Josy Aquino”. Estamos com projetos para aumentar o número de programas esportivos e jornalísticos na AM, este ano.

E que programas de radiojornalismo a rádio oferece?

Temos o “Jornal Estadual”, na AM e na FM, o “Fala Governador” e o “Fala, Paraíba”, na FM. 

Como é trabalhar com radiojornalismo, sendo uma empresa estatal?

Temos o respeito pela informação. Esse governo nós dá muita liberdade. Mas é claro que tem de haver certa coerência. Isso não significa que só vamos divulgar o lado do governo. Divulgamos as ações do governo, sem “maquiar” as informações, e ouvimos o “outro lado”, para passar credibilidade para os nossos ouvintes.

A internet, assim como a televisão, tem tomado conta cada vez mais do público. Como o rádio pode sobreviver a isso tudo?

Eu trabalho com rádio desde os 14 anos de idade. Então, eu sei que o rádio nunca vai perder a “magia”. As pessoas podem ter um Ipod ou um Ipad, mas nunca vão deixar de ouvir rádio. A internet e a televisão são as grandes aliadas do rádio. É claro que você divide o público, mas também existem rádios na internet. É pensando dessa forma que estamos investindo no site da emissora. Por meio dele, quem estiver do outro lado do mundo vai poder ouvir a Tabajara, se conectando pela internet.

Qual é o desafio de ser a primeira mulher a assumir a rádio Tabajara?

É imprimir uma marca de qualidade, resgatar a autoestima de uma emissora que já teve tanto tempo de glória. A rádio Tabajara é motivo de orgulho para os paraibanos. Desde que eu assumi a rádio, tenho tentado renová-la. Por ser um órgão público, tenho um zelo grande pelos equipamentos e quero devolver ao Estado o que a Tabajara já foi um dia, em versão melhorada.


A rádio Tabajara são duas emissoras de rádio, a 1110 AM e a 105,5 FM, sediadas em João Pessoa. A Tabajara AM completou, em 25 de janeiro deste ano, 75 anos nos ar. Já a FM fez 13 anos no dia 5 de agosto. A rádio é um dos órgãos do governo da Paraíba, criado pelo governador Argemiro de Figueiredo. A Tabajara Am é a emissora de rádio mais antiga da Paraíba e a 17° mais antiga do Brasil.  Pela rádio Tabajara AM, passaram grandes nomes como Ângela Maria, Nelson Gonçalves, Jackson do Pandeiro e Cauby Peixoto. A Tabajara AM exibia programas de auditório na época de ouro do rádio (décadas de 40,50 e 60) e tem um histórico nas coberturas esportivas. A emissora já enviou correspondentes para países como Estados Unidos, México e Itália, para fazer a cobertura de Copas do Mundo.

sábado, 11 de agosto de 2012

Personagens de um livro em outra dimensão...

Ao consultar o livro Tabajara - 65 anos - a Rádio da Paraíba, obra que idealizei, produzi e que o governo da Paraíba publicou pela editora A União, no ano de 2002, vejo que esse trabalho jornalístico sobre a memória, a história do rádio paraibano, de fato tem contribuído com a biografia sobre a radiofonia paraibana e brasileira porque a Tabajara é uma das 100 emissoras AM mais antigas do Brasil. 

As fotos, os depoimentos, as reportagens que consegui para o livro são objeto de consultas de estudantes de comunicação, pesquisadores da área de rádio, colegas radialistas ou jornalistas, além de ouvintes apaixonados pelo rádio, pela Rádio Tabajara. A capa do livro é de Milton Nóbrega, a revisão de Thamara Duarte e Blênio Maia Melo, a digitação eletrônica de Salismar Fernandes, a editoração eletrônica de Marconi Porto e o projeto gráfico de Pontes da Silva.

Capa de Milton Nóbrega

O livro é um documentário e seus últimos exemplares ainda estão à venda no Sebo Cultural, em João Pessoa. Na época foram impressos mil exemplares. O então secretário de Comunicação do Governo, Luiz Augusto Crispim, me repassou os livros. A maioria fiz doação a amigos, familiares, ouvintes da Tabajara. Uma parte vendi em livrarias ou pessoalmente. O repasse dos livros para mim foi, digamos, o meu pagamento pela pesquisa, porque fiz por conta própria, no final é que veio a ajuda da Secom-PB para revelar parte das fotos antigas e para uma viagem a Recife, onde entrevistei o radialista Walter Lins.

Autografando o livro para o professor José Octávio de Arruda Mello. 
Em pé, Francisco Remígio, então diretor de Operações da Tabajara


Sou repórter da Rádio Tabajara desde 2 de janeiro de 1989. São 23 anos de ligação direta com a emissora. Meu sonho é que um dia outro projeto que idealizei seja concretizado: o museu da Tabajara. Um outro sonho que também planejei quando era presidente da Associação dos Servidores da Rádio Tabajara - Assert, é a realização do Festival Tabajara de Música.

Bem, passados dez anos do lançamento do livro percebo que vários personagens desta obra já não estão aqui conosco. Partiram para outra dimensão da vida, no intervalo desses dez anos.

- Luiz Augusto Crispim, que escreveu o prefácio do livro
- Geraldo Cavalcanti - locutor
- Ernani Norat - plantonista esportivo
- Genival Macedo - compositor
- Jacy Cavalcanti - locutor
- Moacyr Santos - maestro, músico
- Severino Araújo - maestro, músico
- Rino visani - maestro, músico
- Otacílio Batista - poeta repentista
- Jorge Tavares - cantor
- Spencer Hartman - locutor
- Oduvaldo Batista - jornalista
- Adalberto Barreto - jornalista e ex-diretor
- Linduarte Noronha - cineasta e ex-diretor
- José Souto - jornalista e ex-diretor
- Cauby Peixoto - cantor
- Antonio Mariz - governador
- Sivuca - cantor e compositor
- Hermes Taurino - desportista
- Canhoto da Paraíba - músico
- Sevy Falcão - músico
- Pontes da Silva - projeto gráfico do livro
Salvo algum outro nome que não tomei conhecimento

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Rádio Tabajara FM 105.5 completa 13 anos neste 7 de agosto de 2012

A Rádio Tabajara FM 105.5 Mhz completa, nesta terça-feira (7), 13 anos de atividades. Além de se caracterizar pelo jornalismo de qualidade, a emissora leva aos ouvintes a boa música popular brasileira. Outra peculiaridade da rádio é abrir espaço, na programação, para a música de artistas paraibanos.
A superintendente das rádios Tabajara FM e AM, Maria Eduarda Santos, destaca o trabalho e a dedicação dos profissionais da emissora como responsáveis pelo sucesso do veículo de comunicação. Com o slogan  “Tabajara FM: o som do novo tempo”,  a 105.5 é uma das mais ouvidas na capital e Litoral. O sinal também alcança diversos municípios do Brejo e Agreste.
Atrações – Na grade da emissora destacam-se os programas “Música do Mundo”, apresentado pela portuguesa Carla Freire, mostrando o que se toca nas rádios do planeta; o “Aumenta que é Rock”, apresentado pelos jornalistas Eliseu Lins e Marcos Thomás; o “Assustado” de Carlos Villarim e “Trilha Sonora” de Renato Felix.
Notícia – O jornalismo da Tabajara FM, em conexão com a Tabajara AM, leva ao ar, de segunda a sexta-feira, das 6h às 7h, o noticiário Jornal Estadual, retransmitido por cerca de 30 emissoras.
Na segunda-feira, das 12h às 13h, o Governo do Estado presta contas das ações no programa “Fala Governador”, ancorado por Célio Alves. De segunda a sexta, Célio Alves e Fernando Caldeira  apresentam o programa jornalístico “Fala Paraíba”, das 12h às 14h.
Na programação de noticiários também se destaca o “Justiça Cidadã”, programa do Tribunal de Justiça da Paraíba levado ao ar das 7h às 7h30, aos sábados, com produção e apresentação de Odonildo Dantas e Gabriela Parente. Logo em seguida, a Tabajara apresenta o “Espaço Ecológico”, com Clemilson Sousa e Maria Eduarda.
Boa música – Nas noites de sábado, o ouvinte tem o programa “Jazz Masters”. Aos domingos são apresentados “Bom Dia Saudade”, “Sambrasil” e “Detalhes 105” –  este último, um programa especial com sucessos de Roberto Carlos. Da segunda à sexta-feira, das 18h às 19h, o ouvinte pode dispor do “Menu 105” (Bossa Nova e Lounge).


Confira a programação:
2ª a 6ª feira

06h às 07h - Jornal Estadual, apresentado por Ivani Leitão, em cadeia
para todo o Estado pela Rede Tabajara SAT
07h às 08h - Reserva Especial - 1 hora de flashbacks nacionais, sem
intervalo comercial
08h às 12h - Programação musical MPB e valorizando a produçao musical
de paraibanos, apresentada por Márcia Cabral
12h às 14h - às 2ª feiras - Fala Governador, entrevistado por Célio
Alves, ao vivo
12h às 14h - de 3ª a 6ª feira – Fala Paraíba, apresentado por Célio
Alves e Fernando Caldeira, em cadeia para todo o Estado pela Rede
Tabajara SAT
14h às 17h - Programação musical MPB e valorizando a produção musical
de paraibanos, apresentado por Celso Martins
17h às 19h - Menu 105, programa destinado a dar um toque mais suave ao
horário do rush, apresentado pelo DJ Vilarim
20h às 21h - às 2ª feiras, Trilha Sonora, as músicas que marcaram a
história do cinema, apresentado por Renato Félix
20h às 21h - às 3ª feiras, Especial MPB, apresentado por Cristovam Tadeu
20h às 21h - às 4ª feiras, Músicas do Mundo, uma volta ao mundo pela
produção musical em vários países, apresentado por Carla Freire
20h às 21h - às 5ª feiras, Aumenta que é Rock, especial do segmento Rock
20h às 23h - às 6ª feiras - Transa Reggae, especial do segmento
Reggae, apresentado por Febuck.
Sábados
07h às 07h30 - Justiça Cidadã, produzido pelo Tribunal de Justiça da Paraíba
07h30 às 08h30 - Espaço ecológico, tudo sobre o meio ambiente,
apresentado por Maria Eduarda e Clemilson Souza
19h às 20h - Jazz Masters, produzido em SP sobre o segmento Jazz,
Blues e outros do gênero
 Domingos
06h às 08h - Bom dia, Saudade, com flashbacks nacionais, apresentado
por Jadir Camargo
11h às 14h - Sambrasil, especial do segmento samba e pagode
17h às 18h - Detalhes 105 - Especial de músicas de Roberto Carlos,
apresentado por Jadir Camargo.

Aos sábados e domingos, em regime de escala, os apresentadores são

Márcia Cabral, DJ Vilarim, Celso Martins e Gustavo Régis.

sábado, 4 de agosto de 2012

Música de Luto, morre o maestro Severino Araújo, da Orquestra Tabajara, aos 95 anos

A música de luto. Morre no Rio de Janeiro, aos 95 anos, o maestro Severino Araújo, da Orquestra Tabajara. O mestre dos arranjos comandou a orquestra por mais de 60 anos. Faleceu nesta sext-feira (3), no hospital Ipanema Inn. Seu corpo será sepultado hoje, dia 4 de agosto, às 12h no cemitério São João Batista, zona sul do Rio. 

Sou um fã do maestro e da orquestra. Tive a oportunidade de entrevistá-lo duas vezes aqui em João Pessoa, em 1995 e no ano 2005. Abaixo, matéria que produzi para o jornal A União.
Por: Josélio Carneiro
Especial para A União - edição de domingo 15 de julho 2012
Fotos do arquivo do maestro

A Paraíba e o Brasil têm uma dívida com o pernambucano Severino Araújo, o grande mestre da Orquestra Tabajara. Em nosso estado ele viveu sua infância e vivenciou os primeiros anos de sua vida artística ao lado de seu pai, José Severino Araújo, mestre de bandas de música. Depois o jovem passou a ser músico da Banda de Música da Polícia Militar da Paraíba de onde saiu para a Orquestra Tabajara, contratado pela Rádio Tabajara e logo depois assumiu o comando da orquestra. 
As homenagens à Orquestra e ao maestro genial poderiam vir por meio de um livro, ou um DVD gravado aqui em João Pessoa, com músicas de artistas paraibanos. Seria um marco histórico para a cidade de João Pessoa, terra onde nasceu a orquestra em 1933. “Severino Araújo é um ser iluminado e a Orquestra Tabajara, um bem cultural do povo brasileiro. Severino Araújo e a Orquestra Tabajara, são patrimônios da humanidade”. A declaração é do violonista Sevy Falcão, concluindo texto publicado na série Paraíba – Nomes do Século, produzida em 2000 pela editora A União.  O artigo foi reproduzido no livro Tabajara – 65 anos – a Rádio da Paraíba, uma publicação de A União no ano de 2002. 
            Revela Sevy Falcão que Severino Araújo é parte da geração de instrumentistas e compositores da primeira metade do século XX. O grande maestro está inserido entre Paul Dukas, Edward Elgar, Manuel de Falla, George Gershwin, Agustín Lara, dentre outros. E acrescenta Sevy: “O grande Severino Araújo é parte da música contemporânea brasileira que pontificou com figuras expressivas da estirpe de Lamartine Babo, Eleazar de Carvalho, Radamés Gnattali, Chiquinha Gonzaga, dos paraibanos José Siqueira, Canhoto da  Paraíba, Moacyr Santos, do grande maestro Joaquim Pereira e Sivuca, de Francisco Mignone, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Eduardo Souto, Heitor Villa Lobos, entre outros. Severino Araújo é tecnicamente perfeito. Ele consegue passear por todos os recursos mecânicos, para esgotar todas as possibilidades expressivas do clarinete”, concluiu Sevy Falcão.
O Jornal A União publicou na edição de domingo 15 de julho de 2012 uma síntese da vida e obra do genial maestro, clarinetista, compositor e arranjador Severino Araújo, o grande líder da Orquestra Tabajara. O mestre, autor do chorinho ‘Espinha de Bacalhau’ e outras obras-primas completou no dia 23 de abril passado seus 95 anos de vida, toda ela dedicada à música instrumental de excelente qualidade. A Orquestra Tabajara é a mais antiga do mundo, em atividade, completou este ano 79 anos de fundação. Severino Araújo esteve no comando de 1938 a 2005.
Nascido em Limoeiro-PE, sitio Cedro, no ano de 1917, Severino Araújo de Oliveira é filho de José Severino de Araújo (Mestre Cazuzinha) e de dona Amélia Araújo de Oliveira. Seu pai, autodidata, era regente de bandas de música e compositor. Atuou no município pernambucano de Surubim e nos distritos de Floresta dos Leões e Chã do Rocha, além das cidades paraibanas de Aroeiras e Ingá. O menino cresceu aprendendo as lições do pai e logo tomou gosto pela música. Depois de Severino nasceram os irmãos Manoel, Plínio, José Araújo, Jaime e Otávio.
Com a Orquestra Tabajara Severino Araújo ganhou fama no Brasil, depois viajou pela França, Argentina e Uruguai onde a Big Band se apresentou. A Tabajara é a mais antiga orquestra de bailes do Brasil em atuação e Severino Araújo detém o recorde de regência, assumiu a batuta de 1938 a 2005. Foi regente por longos 67 anos.
O maestro no Twitter - Recentemente o grande nome da música instrumental brasileira e mundial decidiu marcar presença no Twitter, uma oportunidade dos fãs interagirem com o mestre do clarinete e dos arranjos mais perfeitos para orquestras. O Clã Araújo divulgou o twitter de Severino. Anotem aí: @tabajaraujo. Sigam um dos maiores fenômenos da música instrumental dos últimos 70 anos.
Severino Araújo mora no Rio de Janeiro, em Ipanema. Para a ‘cidade maravilhosa’ partiu em meados da década de 1940, quando com a cara e o talento que Deus lhe deu decidiu junto com dois dos cinco irmãos viver da música na então capital do país. O resultado é que em poucos dias os manos começaram a fazer sucesso e daí para a fama não durou muito.
De acordo com o músico e pesquisador Sevy Falcão, em artigo no livro ‘Tabajara – 65 anos – A Rádio da Paraíba’, organizado por Josélio Carneiro, Severino Araújo é cidadão paraibano através de título concedido pela Assembleia Legislativa. A proposição é de 1985, de autoria do então deputado e presidente do Poder Legislativo da Paraíba, Evaldo Gonçalves, a partir de sugestão do pesquisador e compositor Newton Marinho.
            Severino Araújo integrou o cast da Rádio Tabajara de 1937 (ano de inauguração da emissora) até 1944, quando o paraibano de Umbuzeiro, Assis Chateaubriand, então embaixador e dono dos Diários Associados, incentivou-o a seguir para o Rio de Janeiro. Na Rádio Tabajara, além de dirigir a Jazz Tabajara, Severino Araújo também foi programador musical por isso tinha acesso ao grande acervo de discos e partituras com os arranjos das orquestras de Benny Goodman, Tommy Dorsey, Glenn Miller, dentre outras.  Igualmente ao pai, Severino Araújo era autodidata e somente estudou música no Rio, em 1952, com o alemão Hans koelleheuter, as lições duraram três anos. As aulas aconteciam uma vez por semana.
A Orquestra Tabajara fazia o programa na rádio das 20h às 22h30, de segunda a sexta-feira. Depois os músicos sintonizavam as rádios americanas para ouvir as orquestras de jazz. Nos finais de semana haviam os bailes nos Clubes Astreia e Cabo Branco. A orquestra também acompanhava as grandes atrações nacionais que se apresentavam no palco da Rádio Tabajara.
            Nos anos 1940 o Governo da Paraíba construiu o Hotel Instância Termal Brejo das Freiras, município de São João do Rio do Peixe. A Orquestra Tabajara foi enviada para a festa de inauguração do hotel que teve a presença do então governador Ruy Carneiro. O diretor da Rádio Tabajara, nesta época, era Abelardo Jurema.
No Rio de Janeiro os irmãos Araújo foram contratados, no começo, pela Rádio Tupi e pelo Hotel Copacabana Palace.  Depois vieram os contratos com a TV Tupi, Rádio Mayrink Veiga, Rádio Nacional e TV Rio. 1945 – estréia da Orquestra Tabajara na Rádio Tupi. Gravação do primeiro disco em 76 rotações.  Início dos bailes de formatura. 1948 – O cantor da orquestra era Jorge Tavares, que pertenceu ao cast da Rádio Tabajara. Conhecido como o cantor Palmolive, Jorge Tavares imitava Francisco Alves.
Na sequência, alguns registros do maestro e da Orquestra Tabajara. 1951 – A Orquestra Tabajara faz o programa de inauguração da TV Tupi. E os músicos continuaram tocando também na Rádio Tupi. Em dezembro de 51 houve no Rio e depois no Recife  histórico encontro da Orquestra Tabajara com a Orquestra de Tommy Dorsey. Show em Recife e em João Pessoa, pela primeira vez depois de Severino ter deixado a Paraíba em 1944. No Rio, por vários anos, a orquestra realizou bailes no Reveillon na Associação dos Empregados do Comércio.
No ano de 1952, levados por Assis Chateaubriand, Severino e sua orquestra animaram um baile em Paris. Foram trinta dias na França. 1955 – Carnaval de trinta dias em Montevideo, capital do Uruguai. 1955 a 1959 – Severino e Orquestra são contratados da Rádio Mayrink Veiga, do Rio. Foi nessa época que as emissoras dos Diários Associados deixaram de tocar os discos da Orquestra Tabajara, por ciumeira. O Grupo do paraibano Assis Chateaubriand não conseguiu novo contrato para retorno da orquestra e decidiu se vingar dessa forma.
1958 – Surge a orquestra Românticos de Cuba. Uma parceria de Severino Araújo e Nilo Sérgio, um ex-crooner da Tabajara. O nome do maestro não aparecia porque ele era artista exclusivo da gravadora Continental. 1961 – Severino Araújo assina contrato para fazer o carnaval de Buenos Aires, Argentina. Trinta dias de bailes. 1962 – Contrato com a Rádio Nacional.  1964 – Contrato com a TV Rio. 1968 – Após 35 anos de música Severino Araújo resolveu se aposentar. Não assinaria contratos com rádios ou TVs. 1972 – Severino e a Orquestra começam a gravar com cantores. O primeiro foi Martinho da Vila. Depois o disco de Jamelão. Nos anos seguintes até 2005 ele continuou comandando a Orquestra Tabajara. No ano de 1982 volta a gravar. Em 1983 passou a fazer bailes na domingueira do Circo Voador, no Rio.
Origem da Orquestra Tabajara - A orquestra foi fundada na capital paraibana em 1933 pelo maestro e violinista Olegário de Luna Freire e seu amigo saxofonista Oliver Von Shosten, com o nome Jazz Tabajara. Em 1938, um ano após o ingresso de Severino Araújo, o maestro Olegário falece e Severino é convidado e assume a regência daquela que se tornaria, por seu talento e de seus irmãos e demais músicos, uma das mais famosas orquestras de música popular do mundo.
Antes da Orquestra Tabajara Severino Araújo, em 1936, era sargento da Polícia Militar e músico da Banda da PM. Em uma das entrevistas concedidas em João Pessoa à reportagem, no ano de 1996, o maestro revelou que em 1928 passou a tocar clarinete, instrumento que toca até hoje. Antes, tocava saxofone.
A entrevista com Severino Araújo foi gravada na noite do sábado 28 de setembro de 1996, em um restaurante de João Pessoa, antes do baile da Orquestra Tabajara no Clube Cabo Branco. No domingo, 29, a Big Band já estava no Rio de Janeiro em mais um baile, o de número 13.142.  Naquele ano o maestro estava com 76 anos.
Severino falou da origem da Orquestra Tabajara, seu ingresso nela, em 1937, ano de fundação da Rádio Tabajara. Ele participou da inauguração da PRI-4. O maestro fez um relato de sua ida para o Rio de Janeiro, os shows internacionais: 30 dias em Paris, em Montevideo foram 40 dias no carnaval de 1955, em Buenos Aires a temporada foi no ano de 1961.
Livro  -A estimativa é de que a Orquestra Tabajara já foi assistida por mais de 20 milhões de pessoas. Em 2010 o memorialista e escritor Carlos Coraúcci publicou, pela Companhia Editora Nacional, o livro “Orquestra Tabajara de Severino Araújo – a vida musical da eterna big band brasileira”.
Brasil 500 anos  - No ano 2000, por ocasião das comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil, o mestre Severino Araújo lançou pela gravadora CID o CD Basil 500 Anos – Orquestra Tabajara. No repertório músicas de Ary Barroso, Luiz Gongaza,Tom Jobim e Vinícius de Moraes, Roberto Carlos e outros grandes nomes da música popular brasileira.