Banho de cuia - Eu, cronista esportivo
Carlos Pereira
A primeira cobertura esportiva que fiz como aprendiz de repórter foi no começo dos anos 50, para a Rádio Arapuan, cujo departamento de esportes era dirigido por Humberto Navarro de Mesquita, colega de turma no Liceu Paraibano. Cobri o campeonato de futebol amador da cidade, com informações sobre os clubes que disputavam o certame, inclusive com estatísticas e escalações de todos os times, os destaques e até a seleção da semana. Eu escrevia tudo, mas não tinha direito de falar na rádio porque entre 15 e 16 anos a minha voz mudava a cada instante, variando do fino ao grave – o que, decididamente, não me credenciava ao uso do microfone.
Aquela equipe, quase toda formada por estudantes do Liceu, contava ainda Fernando Maia Lorenzo e Josias Figueiredo de Souza. Fernando Maia, botafoguense tanto quanto eu, excelente comentarista, dividia comigo (no ano seguinte, quando eu já tinha voz de homem) a apresentação, logo cedinho, da “Alvorada Esportiva” que às 6:40 da manhã botava os ouvintes em dia com tudo que acontecera na véspera e o que ia ocorrer naquele dia, em termos desportivos. Maia usava um termo que o caracterizou nos seus comentários: quando se referia a um jogador lépido, ousado e insinuante ele sempre o adjetivava como “peralta”. Quem o ouviu naquela época deve se recordar bem...
Josias Figueiredo foi o melhor plantonista esportivo que conheci – depois, é claro, do legendário Ernani Hardman Norat, o insuperável. Josias, sempre entrava no fim do programa do meio-dia com as notícias nacionais e internacionais e – depois de muita busca nas emissoras do sul e do exterior – anunciava os resultados e as estatísticas dos campeonatos regionais do Brasil e de todos os certames de paises mais conhecidos, incluindo aí Portugal, Espanha, Itália, Argentina, Alemanha e outros menos votados. Certa vez, ele se deu ao luxo de dar os resultados do campeonato húngaro (o futebol da Hungria então estava em alta) e ainda leu, com absoluta correção, a escalação dos principais times que haviam atuado naquela semana.
Quando Humberto Mesquita foi embora para São Paulo, nós ficamos a tocar o barco. Lembro que, nessa época, a simpática emissora que só operava em AM tinha como sede o primeiro andar de um prédio na Praça Aristides Lobo, o seu dono era Orlando Vasconcelos e cabia a Otinaldo Lourenço, coadjuvado pelo irmão José Octávio de Arruda Melo dirigir a rádio, cuja audiência batia de frente com a toda-poderosa PRI-4, Rádio Tabajara da Paraíba que, aliás, me acolheu na segunda etapa da trajetória que desenvolvi como jornalista ligado aos esportes.
A minha história de cronista esportivo inclui a passagem como colunista do“Correio da Paraíba”, onde escrevi um bom tempo sob o pseudônimo de Ari Stótteles e até pela presidência da Associação dos Cronistas Esportivos da Paraíba, no ano de 1968, cargo ao qual renunciei para ir fazer um curso no Rio de Janeiro, entregando a ACEP ao então Vice-Presidente, Ivan Bezerra.
Tento rememorar, nas décadas de 50, 60 e 70, nomes que fizeram (alguns ainda fazem) a história da imprensa esportiva da Paraíba e lembro, dentre outros, Ewaldo Wanderley, Normando Filgueiras, José Jacinto de Araújo, Ivonaldo Correia, Vandal Dionísio, Ivan Bezerra de Albuquerque (o comentarista campeão de audiência), Geraldo Cavalcanti (o maior nome do rádio esportivo do Estado), Ivan Thomaz, Eudes Toscano, Marcus Aurélio (o locutor da “torcida paraibana”) e Marcondes Brito (O olho vivo no lance) além de Virgílio Trindade e Edileuson Franco (patoenses ilustres) e Joselito Lucena (laureado narrador campinense), Josusmá Viana, Edmilson Antônio, Luismar Rezende, Francisco de Assis (Olé) e Humberto de Campos – todos de Campina. Estes, além de Walfredo Marques, autor do único livro sobre o futebol paraibano, e outros que a memória teima em não lembrar, estão definitivamente inscritos como dos mais importantes nomes da nossa crônica esportiva.
Aquela equipe, quase toda formada por estudantes do Liceu, contava ainda Fernando Maia Lorenzo e Josias Figueiredo de Souza. Fernando Maia, botafoguense tanto quanto eu, excelente comentarista, dividia comigo (no ano seguinte, quando eu já tinha voz de homem) a apresentação, logo cedinho, da “Alvorada Esportiva” que às 6:40 da manhã botava os ouvintes em dia com tudo que acontecera na véspera e o que ia ocorrer naquele dia, em termos desportivos. Maia usava um termo que o caracterizou nos seus comentários: quando se referia a um jogador lépido, ousado e insinuante ele sempre o adjetivava como “peralta”. Quem o ouviu naquela época deve se recordar bem...
Josias Figueiredo foi o melhor plantonista esportivo que conheci – depois, é claro, do legendário Ernani Hardman Norat, o insuperável. Josias, sempre entrava no fim do programa do meio-dia com as notícias nacionais e internacionais e – depois de muita busca nas emissoras do sul e do exterior – anunciava os resultados e as estatísticas dos campeonatos regionais do Brasil e de todos os certames de paises mais conhecidos, incluindo aí Portugal, Espanha, Itália, Argentina, Alemanha e outros menos votados. Certa vez, ele se deu ao luxo de dar os resultados do campeonato húngaro (o futebol da Hungria então estava em alta) e ainda leu, com absoluta correção, a escalação dos principais times que haviam atuado naquela semana.
Quando Humberto Mesquita foi embora para São Paulo, nós ficamos a tocar o barco. Lembro que, nessa época, a simpática emissora que só operava em AM tinha como sede o primeiro andar de um prédio na Praça Aristides Lobo, o seu dono era Orlando Vasconcelos e cabia a Otinaldo Lourenço, coadjuvado pelo irmão José Octávio de Arruda Melo dirigir a rádio, cuja audiência batia de frente com a toda-poderosa PRI-4, Rádio Tabajara da Paraíba que, aliás, me acolheu na segunda etapa da trajetória que desenvolvi como jornalista ligado aos esportes.
A minha história de cronista esportivo inclui a passagem como colunista do“Correio da Paraíba”, onde escrevi um bom tempo sob o pseudônimo de Ari Stótteles e até pela presidência da Associação dos Cronistas Esportivos da Paraíba, no ano de 1968, cargo ao qual renunciei para ir fazer um curso no Rio de Janeiro, entregando a ACEP ao então Vice-Presidente, Ivan Bezerra.
Tento rememorar, nas décadas de 50, 60 e 70, nomes que fizeram (alguns ainda fazem) a história da imprensa esportiva da Paraíba e lembro, dentre outros, Ewaldo Wanderley, Normando Filgueiras, José Jacinto de Araújo, Ivonaldo Correia, Vandal Dionísio, Ivan Bezerra de Albuquerque (o comentarista campeão de audiência), Geraldo Cavalcanti (o maior nome do rádio esportivo do Estado), Ivan Thomaz, Eudes Toscano, Marcus Aurélio (o locutor da “torcida paraibana”) e Marcondes Brito (O olho vivo no lance) além de Virgílio Trindade e Edileuson Franco (patoenses ilustres) e Joselito Lucena (laureado narrador campinense), Josusmá Viana, Edmilson Antônio, Luismar Rezende, Francisco de Assis (Olé) e Humberto de Campos – todos de Campina. Estes, além de Walfredo Marques, autor do único livro sobre o futebol paraibano, e outros que a memória teima em não lembrar, estão definitivamente inscritos como dos mais importantes nomes da nossa crônica esportiva.
Gostaria muito de receber a crônica do dia 13... Vai ajudar muito a minha família, estamos vivenciando o luto pelo meu pai. Segue meu contato : evangelista.danielle@ig.com.br
ResponderExcluirBoa noite amigo. Vou apresentar um trabalho sobre crônicas na faculdade e vou citar vc como exemplo de cronista paraibano. Inclusive, vou ler uma de suas crônicas.Sou sua fã!!!
ResponderExcluirBoa dia amigos. Como mencionei acima, vou apresentar um trabalho sobre crônicas na faculdade e vou citar vc cronista paraibano. Inclusive, vou ler uma de suas crônica e gostaria de ter o audio da cr@onica que ele fala sobre a morte de Getúlio Vargas, que aconteceu no dia 24 de agosto de 1954...
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